Eu só queria poder terminar meus livros,
 Passar em uma boa universidade,
 Ser uma cientista humanitária,
 Uma boa filha,
 Uma excelente namorada,
 Uma fiel amiga,
 Alguém.

Eu só queria viajar toda a Europa de trem,
Brincar como criança na Disney e os outros diversos parques de Orlando,
Poder ver minha pele enrugar de tanto sorrir,
Meus pais orgulhosos,
Toda a família.

Eu só queria não sentir tanta raiva, seja do mundo, pessoas fúteis e governo,
Ouvir músicas,
Cantar músicas,
Compor músicas,
Tocar músicas,
E as pessoas gostarem.

Eu só queria fazer o bem para alguém,
Ser algo para alguém,
O diferencial.

Eu só queria era ser feliz, sem que no minuto seguinte eu estivesse a beira de um colapso de lágrimas,
Queria aprender física,
Aprender a gostar dos meus ódios,
Ter uma alma de ruiva, quebrando esse mito,
Queria ter tido mais tempo de ler mais livros.

Eu só queria ter feito minha biblioteca,
Me vestir com os vestidos medievais,
Rever todos os meus filmes preferidos,
Rir um pouco mais.

Eu só queria poder me expressar de outra forma não sendo a escrita,
Ter a borracha do passado,
Conseguir passar em quase todos vestibulares,
Ter coragem.

Eu só queria não ter sido fraca,
Ter aproveitado a luz enquanto podia,
Feito ondas para acabar com o som alto dos funkeiros,
Queria ter podido ter mais tempo.

Eu só queria ter visto a lua mais de perto,
Viajado a outras galáxias,
Visitado as mais profundas águas do oceano,
Ter visto e vivido coisas que fizessem valer a pena.
Queria ter me aventurado mais.

Eu só queria.....tantas coisas......
Queria respeito, não só comigo, mas respeito das pessoas com elas mesmas,
Assim polparia lamentos, fadigas.

Eu só queria que tudo se resumisse no dormir eternamente.

 Certa vez li algo que dizia: "É egoísmo  e orgulho pensar que somos diferentes uns dos outros, todos somos iguais e devemos parar de achar que somos o diferencial" **
 Entendi o pensamento do autor na hora, ao meu ver, isto foi uma visão contra o preconceito, afinal, abaixo da carne de todos nós, somos iguais, mesma estrutura, mesma função, mesma cor.
 Tendo em conta esta visão, é válido o pensamento, mas se vemos por outras interpretações, algo que era contra o preconceito, pode se tornar preconceituoso, vamos supor que um punk, um gótico, todos esses seres incompreendidos da sociedade, fossem ler isto, este pensamente de egoísmo, orgulho seria uma afronta.
 O que penso é que, todos somos iguais, somos feitos da mesma matéria, mas cada sentimento, pensamento, atitude, isso é único de cada pessoa, e é assim que deve ser, afinal, podemos ter o mesmo material, mas não o mesmo programamento como se fôssemos robôs.
 Cada indivíduo tem um objetivo de vida, cada um tem sua missão, então porque agir como se todos fôssemos os mesmos? A bendita sociedade...só ouvimos falar disso, mas o que vejo é que cada vez mais nos tornamos individualistas, agimos até dessa maneira as vezes pelo o bem das pessoas que amamos, um bandido que as vezes rouba para sustentar a família, isso não se justifica é claro, mas é um belo exemplo do reflexo desse individualismo da sociedade, da sociedade que deveria se juntar e cobrar seus direitos, cobrar de seu governo um pouco de decência e menos corrupção.
 Cada ser humano é único, é obvio que sempre encontramos nossos afins, mas me digam, quem foi que já encontrou alguém idêntico a você? Mesmos gostos, mesmas atitudes, palavras? Mesmo tudo sem que houvesse nada que um não fosse contra o outro? Impossível isto, mesmo se você encontrasse a você mesmo do passado ou futuro, você não seria o mesmo, pois com o passar do tempo você se melhorou, aprendeu com seus erros, reparou coisas, se fortaleceu no que já era bom, então nem você mesmo poderia se compreender e apoiar integralmente, pois imagino que até mesmo no presente, no seu eu de agora você já refletiu: Porque eu fiz isso? Não?!
 Portanto, para que tentar ser igual se você pode ser o diferencial? Você pode ser o diferencial naquilo que você gosta, ou naquilo que deseja ser bom, eu mesma, amo Harry Potter, mas não sou como os demais fãs, eu odiei o final do sétimo livro, mas eu não poderia, pois sou uma potterhead. Mas como disse anteriormente, porque não ser o diferencial? DIFERENCIAL e NÃO O DO CONTRA, existe um profundo abismo entre estas duas expressões, creio eu que nem precise citar essas diferenças.
 Façam a diferença leitores, para que jogar uma existência fora escondendo o que você é se você pode, e DEVE seguir o seu coração e seus sonhos? Pensem nisso, cada um de todos nós somos especiais, independente de problemas quaisquer, vamos aprimorar o que nos foi dado, sem se importar que as pessoas podem achar estranho, "rebeldes" para alguns, mas você deve se importar com uma coisa, se isso vai ser benéfico a você e a aqueles a seu redor.
 Façam suas vidas valerem a pena, sua história ser marcada e contada de geração em geração, como no filme A Viagem, façam de vocês instrumentos de vitória e motivos de exemplo.

                                       xoxo
                          Shinemoon

** Esta não é a frase original, nem as palavras originais, é só a ideia transmitida, não citarei a fonte, até porque não me lembro.

Pátria idealizada

 De algumas décadas para cá, o conceito de patriotismo surgiu e se fortaleceu. Exemplos são o que tem de sobra, como o alistamento obrigatório no exército brasileiro, existem aqueles que são loucos para servir a seu país, mas concordo, a maioria dos homens podem até não querem servir a sua nação, mas se são escolhidos, a ideia de defender o seu país a qualquer custo é inserida em seus cérebros, e querendo ou não, são patriotas.
 Outro grande, e clássico exemplo é o Capitão América, dos quadrinhos da Marvel, que até aceita que uma formula seja inserida em suas células para se tornar um super soldado e lutar pelo seu país, o típico herói americano, o orgulho da nação, que sempre busca a honra sem deixar a dignidade de lado, sempre buscando defender seu país, nem que para isso tenha que "morrer". Quantas crianças já não leram esses HQ'S e desejaram ser que nem o grande Capitão América, se impressionaram com sua força e queriam ter essa força para ser também o herói que seu país precisa, o grande vencedor todas as vezes.

 Agora, queridos leitores, imaginem, imaginem a si mesmos como governantes de um país, de um grande país, como deve ser bom saber que existem esses tais patriotas para vocês não?! Para lutar em suas guerras e morrerem em seus lugares, afinal, antes um patriota qualquer que você, o grande líder da nação, você faria mais falta para a nação, o patriota faria falta apenas para a família dele, e sua morte seria bem menos prejuízo não?! Então o que custa dar a este "morto-vivo" o título de herói, na verdade, só vai fazer parecer que a sua causa, o porque você manda tal pessoa para a guerra, seja nobre, pareça digna a ideia de tirar vidas de outros cidadãos, as vezes inocentes. Sendo os patriotas, heróis, esse ato de sacrifício se torna justificada, afinal, morrer lutando pelo seu país é uma ideia admirável. Mas sem mais essa de imaginar que somos os representantes do seu país, vamos voltar ao passado agora, na Idade Média, eles podiam ser arcaicos etc etc, mas os reis acompanhavam seus soldados na guerra, mesmo que existissem diferenças entre os soldados a frente, e os reis atras, ambos poderiam morrer da mesma forma, como em um jogo de xadrez, tanto o rei, como o peão estão sujeitos a derrota, seja ela difícil ou não, então o que justifica a ação dos governantes de matar seus patriotas? Seria o lucro de poucos? A ganância? Modernidade?
 Depois de tudo isso, de todos esse argumentos, me vem a cabeça, o que seria então o patriotismo? Seria errado? Não, não seria errado, desde que as pessoas não glorificassem uma pátria indigna, um governo sujo, pessoas, mas sim, glorificassem seu próprio país, sua terra, e há maneiras tão simples para agradecer o ambiente em que vivemos, basta cuidar, assim como cuidamos de entes queridos, de doentes, e tenho certeza que todos já aprenderam na escola como cuidar do planeta. Não jogar lixo no chão, e sim jogar nas lixeiras e se não houver lixeiras próximas, guarde para quando ver uma, reciclar, deixar o carro um pouco na garagem evitando que mais dióxido de carbono (CO2) polua o ambiente, não queimar as plantações como método de agricultura, evitar desperdício de água ( H2O), entre outros que todos devem conhecer.
 Coisas simples que demonstram o amor por sua terra, cuidar dela e não a maltratar com sentimentos impuros que há quando acontece uma guerra, hipocrisia, sistemas, corporações. 
 Há loucos que ainda dizem que uma pessoa só não pode mudar o mundo, ainda mais com atos pequenos, mas citarei o exemplo de Severus Snape, personagem fictício de Harry Potter, mas de atos nada fictícios. O seu amor por Lilian, mãe do Harry era tão grande, que mesmo apos a morte de Lilian, Snape cuidou de seu filho Harry por amor a ela, ele cuidou mesmo odiando Tiago, pai de Harry, e para isso ele enganou Voldemort sempre que pode para deixar o filho da sua preciosa amada vivo. Snape foi odiado por todos, mas nunca deixou que isso interferisse no amor que ele sentia ainda tão grande no peito, ele deixou preconceitos de lado, nunca precisou mostrar a ninguém o que ele estava fazendo, e graças a seus atos, Harry conseguiu derrotar Voldemort e livrar o mundo bruxo de males. Mesmo sendo uma história fictícia, esse ato de amor mudou vidas, mudou fins. Gandhi sempre dizia: " Seja a mudança que você deseja ver no mundo". 
 Então a todos, se vocês amam seus países, cuidem dele, não idolatrem pessoas, não espere do outro o que você mesmo pode fazer.
 Vocês se consideram patriotas? Do tipo imposto por pessoas "superiores" ou do tipo quem amam e cuidam do seu país? Vale a pena começar a pensar a respeito, até mesmo para os descrentes do amor, eu também não acreditava até meus 17 anos de vida, quando o amor surge, ele surge com tudo, forte, e muda tudo ao redor para melhor. 
 Não sei se minha interpretação é válida, mas fez todo o sentido para mim e eu não podia deixar de lhes mostrar, pois só assim, com conhecimentos, estudos, informações nos tornamos seres pensantes e de opinião própria.
                                                       xoxo
                                      Shinemoon 

Bastou aquelas palavras para que a noite que se encontrava perfeita, de desfizesse.

Nem mãe brigando, nem joelho batendo na quina conseguiram me atingir com a dor, como esta aguda que sinto agora em meu peito, meu estômago.

Só consigo pensar: "que hora importuna", me sinto nua de tão vulnerável.

Me sinto exposta em um açougue, como um pedaço de carne, sem pele, sem nada, apenas meus órgãos ali em exposição, para receber facadas, ser triturada, torturada de todas as formas, e não tenho força para lutar contra, pois a vida que emanava de meu ser se esvaiu.

Nunca tive medo da morte, mas de já estar morta em vida, isso sim me aflige, pois sei que é assim que me encontro esta noite, banhada por minhas próprias lágrimas, algumas já secas por minha pele formando uma película fina e transparente, mas que não me protege, apenas demonstra mais o estado de fraqueza que jamais estive antes.

Engraçado, eu achava que havia perdido a capacidade de escrever tragedias, que havia encontrado a luz, entretanto, como a lua, há uma face de mim onde não se habita luz, e neste momento, parece que um eclipse interminável ocorre.

Me desculpem por estas palavras fúnebres, parecem que já se passaram séculos sem que eu escreve alguma, permaneci tempo demais no êxtase da felicidade.

Enfim volto as minhas origens, de romântica a atordoada, nada como a familiarização do nosso lar, doce lar , de nosso cantinho as vezes não tão aconchegante, um tanto simples, mas é nosso, e aqui se encontra o meu.

xoxo

Shinemoon

Finalmente abri as fendas que se tronaram meus olhos. Despertei da mais bela fantasia ilusória para tomar um imenso banho de água gélida.

 Fui tola ao tentar me surpreender, a única surpresa que meu espírito pode esperar é o negro poço interminável de conhecimentos.


 Eu quis fugir, emanar uma esperança no âmago solitário de minha alma. Que bela e incomparável decepção eu me encontrar aqui novamente no meio de tantas palavras pessimistas.

 Meus dedos frágeis, minhas funestas lágrimas são o que restam de meu asqueroso ser.

 Como se um dia eu possa ter sequer pensado que poderia enganar a mim mesma com a radiante história de era uma vez.

      xoxo
Shinemoon

É assim, assim que começa. De um devaneio, uma ideia, uma ideologia. Nascemos, criamos consciência e assumimos um ponto, uma perspectiva. Nossa visão é nossa, só nossa, ninguém jamais verá pelo nosso ângulo. E por mais que queiramos, nunca enxergaremos pelo ângulo de outra pessoa também. Aceitamos um desafio chamado vida, desafio nada, designo, ou vivemos, ou existimos, e não há como querer apenas existir quando se possui alma e espírito. Sorrimos, choramos, aprendemos, nos apaixonamos, apostamos tudo, recuamos, respiramos, perdemos o fôlego. Perdemos o folêgo por muitas vezes, seja de gargalhar num domingo de manhã, ou chorar solitariamente colado no travesseiro quarta a noite.


Somos um meio. Onde não nos lembramos do começo, e vagamente sabemos sobre o final. A surpresa é o que nos move, a incerteza o que nos guia, e existe algo melhor do que isso? Se tudo fosse certo, fosse declarado, a monotonia reinaria e mal teríamos o tal do desejo de viver. 


O difícil é lidar com a impermanência. Saber que somos livres pra mudar e escolher é maravilhoso, mas saber que o relógio não pára para más escolhas é aterrorizante. Movemos o mundo, e somos movidos por ele, todos os dias, através de escolhas e atitudes. Conhecemos coisas novas e mudamos de opinião, jogamos o jogo da vida com todas as peças que nos são concedidas, mas só as nossas peças não são o suficiente. Queremos mais, queremos tempo, cores, amores, descobertas, experiências, palavras, gente ao lado e felicidade. E pra isso é imprescindível nossa coragem, a vontade de dar a cara a tapa sem se preocupar com as consequências - com o depois, querer sair do cômodo, do viável e ir atrás do abstrato, do inconcebível. Dominar ao invés de ser dominado, esquecer da vergonha, do conceitual, do pudor, e se entregar ao gosto do perigo, do difícil, do desejável. Ter jogo de cintura pra cair fora quando preciso, mas pra aguentar o tranco quando for necessário.


E em tantas voltas, novos ciclos iniciam e outros se encerram, pessoas aparecem e outras se vão, e a gente aprende que nada é perpétuo, que não existe laço eterno. Que, como nós, os outros estão sempre mudando também. Que cada pessoa que passa nos acrescenta e nos subtrai muitas coisas. Que cada sorriso conquistado vale muito mais que qualquer importante tesouro. Que precisamos parar de correr atrás ou fazermos correrem atrás de nós e simplesmente caminhar lado a lado. Que a única coisa que podemos realmente carregar é a nossa consciência, e que a energia que nos compõe não é diferente da que compõe o outro e no final somos parte de um mesmo todo. Um todo sem fim.

LittleSun.

 Uma vontade me possuiu ao passar em frente a uma cafeteria. Lembrei – me das fotos observadas na internet daqueles lindos copos com uma substância negra dentro. Adentrei aquele local e sentei em uma das cadeiras em volta de uma mesa redonda e consultei o cardápio. Existia uma variedade enorme de modos e tipo de café. Rapidamente a dúvida de qual escolher surgiu. Qual deveria escolher? Qual agradaria meu enjoado gosto? Comecei a olhar a minha volta, no intuito de encontrar a resposta para minha dúvida. A minha frente havia uma roda de jovens. Eles gargalhavam cada um com um copo grande em sua mão, falavam blasfêmias e isto, acabou por me fazer sentir algo um tanto peculiar que a muito eu não sentia. Logo fiquei com raiva de tal alegria compartilhada daquele grupo de jovens bonitos de risos tão brancos como mármore. Recuei meu olhar sobre meu ombro esquerdo, havia um casal que também sorria, cada um com seu copo na mão e seus braços entrelaçados fazendo um brinde. Perguntei-me o porquê do brinde, seria aniversário de namoro? Algum plano que deu certo? Enfim, eles sorriam assim como os jovens, até tanto quanto. Olhei para meu lado direito onde havia um cara sério lendo um jornal enquanto tomava seu café. Embora não demonstrasse, um esboço de sorriso transparecia em sua face toda vez que engolia do conteúdo daquele copo, deixando amostra um par de covinhas. O garçom então apareceu e perguntou – me o que gostaria, respondi automaticamente: “O que todos estão bebendo”, pois todos sorriam me trazendo certo remorso por não saber apreciar as coisas simples. Mais rápido do que havia me atendido, o garçom trouxe meu pedido, agradeci e logo fui examinar o que havia de tão especial dentro daquele copo que todos adoravam. Assim que abri a tampa um bafo quente soprou em meu rosto e um odor invadiu minhas narinas, era diferente, mas não deixava de ser bom. O líquido contido era negro e formava um pouco de espuma. Nada demais. Experimentei um pouco e logo recuei o copo. Nunca me agradou o gosto atípico do café, e este, assim como os demais tinha gosto igual, só grãos moídos com água. Paguei ao garçom pelo o serviço e produto, tampei o copo e saindo da loja me questionei o que faria com este café agora? Mas, o meu maior questionamento era outro, não sei se estou sendo preconceituosa apenas pelo o fato de não apreciar café, mas porque de tantos sorrisos por tomar isto? Porque todas aquelas pessoas se sentiam tão satisfeitas por algo que você mesmo pode preparar em casa com a mesma eficiência? Será apenas porque está num copo bonito com uma logomarca que dá a loja um lucro exagerado? Será apenas por estética? Se for, entristeço – me pela a raça humana por visar tanto algo que em um apocalipse zumbi não valeria nada. Marca, capital, espero que não seja realmente isso, não podemos ter regredido tanto. Ao passar a esquina, ainda me perguntando o que eu faria com o café que eu carregava. Avistei um mendigo singelo, não pedia, não obrigava e muito menos ficava induzindo as pessoas a depositarem moedas na tigela a sua frente, apenas esperava que a compaixão atingisse o coração daqueles que por lá passavam. Eu o olhei, e assim que meu olhar o atingiu ele virou o rosto em minha direção e vi no seu olhar piedade, compaixão, como se ele sentisse pena por mim ao invés do contrário. De repente, não senti dúvida do que eu deveria fazer. O copo entre minhas mãos foi parar entre as mãos daquele senhor morador de rua. Após nossas trocas de olhares surpresos, ele me olhou fundo nos olhos e neste instante senti o que aquelas pessoas sorridentes deveriam ter deixado correr entre seu corpo em uma escala gigantesca, e carinhosamente, com a voz falhada o mendigo me disse: “Obrigado”, senti o sorriso surgir no meu rosto e lhe disse: “Não há de que”.  A satisfação que senti não chegava perto da satisfação das pessoas da cafeteria, disso eu tenho certeza absoluta. O mendigo não olhou o copo e muito menos tomou o líquido pelo o canudinho, para ele o que interessava realmente foi o ato de compaixão para alimentar um estômago vazio.   

   Xoxo
Shinemoon